quinta-feira, 7 de abril de 2011

Ode ao Grito

Grite. Grite por uma decepção. Grite por um time. Grite por uma conquista. Grite por uma causa. Grite pelo que você quiser. De que adianta escrever o que se pensa, se o que se pensa não se faz ouvir? Vamos logo! Grite por uma hipocrisia. Afinal, por que a mulher tem que ser sempre tão mesquinha e traiçoeira a ponto de não poder ser chamada de amiga? Grite por amizades nas horas que mais te emocionarem.

Viu, caro amigo? Grite! Grite antes que seja tarde demais. Grite pra declarar um amor, um descontentamento, uma raiva, qualquer sentimento preso lá no fundo das entranhas da sua mente! Grite e solte seus demônios, antes que eles te engulam. Grite antes que seu corpo sofra por você. Grite antes da gastrite, antes das rugas, antes do peso, antes até dos esqueletos. Tire-os do armário, só ocupam espaço e acumulam armaguras. Se livre disso. Grite para se sentir livre! Mesmo que as represálias venham para tentar abater o grito.

Grite antes da aurora da amargura.
Grite antes que a distância aumente.
Grite antes dos sorrisos falsos.
Grite antes das lágrimas escondidas.
Grite antes que o amor esgote.
Grite antes que o tesão broche.
Grite antes que a dor te consuma.
Não desista, grite. Grite nem que seja em troca de um alívio.

Querido amigo, nem te conheço e mesmo assim desejo com muito carinho que seja melhor do que o que eu já fui. Me demorou tanto para aprender o quanto o grito é importante. Não deixe a sua voz cessar nem o ego se intimidar. Isso vai te consumir. Se você deixar isso acontecer, meu querido estranho, tudo o que vai te restar é o papel para que você escreva suas angústias e medos, ou às vezes nem isso.
E lembre-se, às vezes nem o papel tem paciência.

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